segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O QUE MUDOU NA LÍNGUA PORTUGUESA?




Você ainda tem dúvidas de como ficou a língua portuguesa com o novo Acordo Ortográfico?
Leia e fique por dentro do que mudou e o que fica como antes...

P: Quantas letras tem agora o nosso alfabeto?
R: O alfabeto agora é formado por 26 letras Antes: O k, w e y não eram consideradas letras do nosso alfabeto. Agora: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

P: Você gostava de pronunciar o u em palavras como liqüidificador?
R: Apesar de que a eliminação do trema não altera a pronúncia, o certo é que ele passou a melhor vida!
Agora: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano. Assim que de agora em diante é frequência, eloquência, ..., e é claro liquidificador.

P: Adoro o circunflexo de vôo e amo acentuar idéia... o que faço para superar esse trauma?
R: Muitas doses de Lexotan e aceitar que as mudanças linguísticas são inevitáveis, tanto quanto que você já não tem 18 anos. Muita coisa mudou, assim que prepare-se!
Agora: Os ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas. Assim que esqueça de querer acentuar assembleia, claraboia, plateia, ideia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico...
P: Você detestava aquilo de "toda regra tem as suas exceções"?
R: Pois elas continuam vivíssimas!
Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua (herói, constrói, dói, anéis, papéis) e o acento no ditongo aberto eu permanece no mesmo lugar (chapéu, véu, céu, ilhéu).

E tem mais! Os hiatos oo e ee não são mais acentuados! Pode ficar com enjoo e até perder o voo mas vai ter que se acostumar porque fica assim:
Agora: enjoo, voo, perdoo, coo, moo, abençoo, creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem
P: Você é dos que adora diferenciar?
R: Tenho pena de você!
Agora: O acento diferencia morreu! É isso mesmo! Não se usa mais o acento diferencial para palavras homógrafas. Assim que a partir de agora é: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo)... Só se manteve o acento diferencial para a 3ª pessoa do Pretérito Perfeito o verbo poder (pôde), e para diferenciar o verbo pôr da preposição por. Já é alguma coisa!

P: O que será da minha vida sem o trema e o acento agudo?
R: Sem graça, mais se for para o bem da Nação, diga ao Povo que mudo. Não adianta, não se acentua mais a letra u nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de g ou q e antes de e ou i (gue, que, gui, qui). É como eliminar a gordurinha da picanha, mas... A partir de agora a dieta exige que seja argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique...

P: Dá para manter um pouco da gordurinha?
R: Não, que começa o verão e é preciso vestir a tanga do ano passado. É preciso cortar ainda mais. Assim que se elimina o acento do i e u tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo. Oh!, não! Vai ser preciso aceitar baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume... sem acentos.

P: Pelo menos já acabou...
R: Jajajajajajajajaja... Esqueceu o hífen?
Pois o hífen acabou de bagunçar tudo! Deixou de existir nas palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por r ou s, sendo que essas devem ser dobradas Por exemplo: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível OPA! Mas como temos as exceções, ainda podemos sonhar com ele! Em prefixos terminados por r, permanece o hífen... aha!... se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente... Obrigada Jesus!

E tem mais! O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal.
Arghhhhhhhhh! Então a partir de agora é autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado...? Pois sim!
A menos que a palavra seguinte comece por h: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo... Toma exceção!
Ainda não pode respirar aliviado porque agora é para pôr o hífen.
P: Quando?
R: Quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal. Assim que vai ter que colocar o hífen ao escrever anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico... Mas para enlouquecer de vez, uma exceção: o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utliza-se hífen. Assim que é melhor coorganizar-se!
Tampouco se usa hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição. Como em mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque, paravento...
Maaaaaaaas... permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas (ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi...). O hífen não vai desaparecer, ao menos nas palavras formadas por prefixos ex, vice, soto e na formadas por circum e pan + palavras iniciadas em vogal, m ou n (ex-marido, vice-presidente, soto-mestre, pan-americano, circum-navegação).
Tampouco nas formadas com os prefixos pré, pró e pós + palavras que tem significado próprio (pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação...). Mais animados?
E sobretudo permanece nas palavras formadas por além, aquém, recém, sem. Iupi! Assim que além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto... Diga ao povo que fico!
Como dizia minha avó, filho de pobre não tem pai, assim que menos alegria, porque o hífen desaparece das locuções (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais... todas!). Fica assim: cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc.
Maaaaaaaaaaaas mantém-se em água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa! Amém!

Não, não só o português do Brasil sofre... o de Portugal também. Morte às consoantes não pronunciadas! Iupi! Acabou isso de acção, baptismo, óptimo... AMÉM!

Se você pensa que isso acabou, engana-se! Aguarde o próximo capítulo de tudo muda, tudo melhora e eu enlouqueço!

domingo, 21 de novembro de 2010

A Estrela do Nosso Mar

Em 18 de junho de 1946 nasceu no Brasil a voz mais inconfundível da nossa história.

Força é talvez o nome mais usado para definir a sua pessoa. O seu poder de sedução e a naturalidade com que solta a sua voz são sempre surpreendentes e irremediavelmente emocionantes.

Filha de Iansã, a sua voz cruza o firmamento como um raio, carregada de energia, bela como uma tempestade, varrendo para longe a tristeza e abrindo caminho para a paixão.

Não me deixo de surpreender cada vez que a ouço. Maria Bethânia tem algo de místico, de mágico, de arrebatador que me emociona, me transporta e me cativa.

Linda na sua maturidade, guerreira na sua voz, espiritual em um cenário. O seu canto de sereia parece dizer: "É a vida, é bonita e é bonita!".

Maria Bethânia é, e sempre será, a estrela do nosso mar.